terça-feira, 9 de junho de 2009

O voto e a abstenção

1º Desde que tenho direito de voto nunca faltei a nenhuma eleição. E sim, é verdade, também já votei em branco quando não me identifiquei com nenhum dos candidatos e das suas propostas. Hoje acho que esta é uma arma pífia!
2 º Acho que a não ida às secções de voto é um direito que assiste a qualquer pessoa, mas acima de tudo, considero uma enorme falta de respeito e uma falha de carácter e de cidadania. Falta de respeito porque ainda não há muito tempo, o voto não era universal e, entre os que podiam votar, havia mesmo algumas "chapeladas". Mais: muita gente lutou para que esse direito fosse consagrado. Por uma questão de respeito, até a essas pessoas, o votar deve ser uma questão de honra de qualquer pessoa de bem. O que me leva a um novo ponto.
3 º Em democracia as eleições são livres e justas. E por um se ganha e por um se perde. E como podemos nós dizer que "eles" são sempre os mesmos, se não fazemos duas coisas básicas: votar para mandar os que estão embora (sejam quem forem) e envolvermo-nos politicamente? Não é preciso ir logo para a Assembleia da República. As Juntas de Freguesia, as Assembleias de Freguesia, as Autarquias, os partidos, os movimentos cívicos, até, precisam de pessoas com valor e com ideias que saibam lutar e defender o que acreditam, e as mudanças que acreditam. Pode demorar o seu tempo, mas a nossa voz é ouvida. Como treinadores de bancada, desculpem, mas as opiniões são válidas, mas não servem para nada...
4º Dito isto, acho que o problema da abstenção se resolve de duas formas distintas, talvez contrárias com o que acima escrevi. Ou pela obrigatoriedade de votar, com multas pesadas para os prevaricadores. Ou, voltamos ao início, com o direito de voto a ser entregue a quem de facto o mereça e saiba o que vai fazer quando se "esconde" na mesa de voto. Como fazê-lo? Avaliação dos potenciais votantes através de um teste de cidadania, por exemplo.
5 º O Voto em branco pode ser uma forma de protesto, mas aqui em Portugal não funciona. Para já porque tenho sérias dúvidas que existam 50% dos votos mais um brancos que invalidem as eleições. Depois porque não funciona a lógica de, por exemplo, nas eleições legislativas, os lugares de deputados "brancos" ficarem vazios. Mesmo que seja 20% dos votos, os partidos mais fieis e talvez mais frágeis eleitoralmente agradecem terem aumentado as suas possibilidades de ter um maior grupo parlamentar.
6º Dito isto, acho trágico existirem os níveis de abstenção crescentes. Mas considero que para lá do desinteresse do cidadão na política e nos políticos, para lá da fraca qualidade da maioria de quem nos governa, acho que, também nós temos algumas culpas no cartório... Não basta apenas achar que o caminho tem apenas um sentido.