terça-feira, 27 de setembro de 2011

Facebook is watching you

Confesso que me faz alguma impressão toda a fobia que está a ser criada à volta das novas alterações do Facebook. Privacidades, partilhas, comentários, quem vê o quê, como vê ou porque vê.
Sou daqueles que tardiamente aderiu a esta rede social e sempre olhei para o Facebook mais como um instrumento de trabalho do que um meio para conhecer amigos ou ser popular. Graças a Deus, ainda sou do tempo em que os amigos eram encontrados através de dias de convívio e descoberta de interesses comuns. À mesa de uma esplanada ou numas quaisquer férias e não em frente a um ecrã de um portátil.
No Facebook coloco algumas fotografias, estados de alma – com alguma parcimónia, confesso - posts em blogues que escrevo e pouco mais. E mesmo assim considero que este será, talvez, o preço a pagar por estar online. Dito isto, aviso desde já que nunca me verão a mostrar fotos de sítios fantásticos onde estou (quanto muito de sítios onde estive), a anunciar que vou de férias, a fazer desabafos sobre os locais onde trabalho ou trabalhei, divertimentos que tive, jantares onde fui.
Mas respeito quem os faz. São opções. Mas o Facebook é uma empresa e os seus criadores pensam no lucro. Há e haverá sempre mudanças para que esta plataforma possa estar sempre na linha da frente e competir entre os melhores. Quem não gosta, pode sempre sair. Não é que, propriamente, seja requisito essencial para a nossa vida estar nesta rede. Ou noutra qualquer.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A Madeira e os outros

Eu não quero falar da Madeira. Até porque, convenhamos, o que se passa e se descobriu nos últimos dias é um segredo de polichinelo. Todos sabíamos que existia, só não sabíamos o quanto.
Anos e anos seguidos, ao abrigo da insularidade, a Madeira (e também os Açores) têm recebido ajudas financeiras que são perdoadas pelos vários Executivos porque, justamente, está em causa ajudar quem está mais distante ou vive em piores condições. E um bocadinho de chantagem emocional à mistura, também é verdade.
Aplicado ao todo nacional, este é um pressuposto que tem sido seguido por todos os Governos, sem excepção, e que nos leva, enquanto País, a cometer erros. Muitos erros. É por isso que em Portugal temos rotundas absurdas, pavilhões polidesportivos vazios, piscinas municipais fechadas, parques com esculturas medonhas, ciclovias para três ciclistas e meio, estádios de futebol às moscas e toda uma enormidade de infra-estruturas que servem para o gasto do erário público e que, passada a euforia da inauguração do momento, são deixados ao abandono.
O Portugal desta III República é cada vez mais um projecto falhado. Gastámos o que não tínhamos, vivemos como ricos que não éramos e agora somos chamados a pagar a factura. Não é só da Madeira. É dos muitos Alberto João que cresceram e multiplicaram-se à sombra das benesses do Estado e dos muito compadrios.
O que se passa na Madeira é grave? É certamente. Mas o que dizer das empresas municipais de fachada para albergar boys, dos contratos ruinosos para o Estado para beneficiar alguns, das fundações de interesse duvidoso, dos escritórios de advogados que cobram milhares de euros por pareceres jurídicos para todos os gostos, da despesa estatal monstruosa, da inépcia política de quem sempre nos governou, sem que fossem responsabilizados por incúria, más decisões ou irresponsabilidades?
Não me choca que queiram por Alberto João no banco dos réus por décadas de irresponsabilidade. Mas de certeza que queremos seguir por este caminho? Há muitos ex-governantes, de todos os partidos, que certamente merecem igual privilégio. Ortega y Gasset dizia com alguma graça que “em vez de pintar coisas puseram-se a pintar ideias”. Em Portugal deu nisto.



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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Saber estar online

Na Sinapse Media sabemos o quão importante é as pessoas, as empresas e os clientes terem visibilidade online. Acreditamos que não basta ter as ferramentas da “moda” – Twitter, Facebook ou um mero site – mas saber que estes são instrumentos fundamentais para divulgar uma estratégia, dar-se a conhecer e, com sorte, fazer a diferença num mercado tão competitivo como é o do www.
Todos sabemos que as mais jovens gerações passam grande parte dos seus dias online. Tablets, telemóveis, computadores portáteis tornaram o mundo mais pequeno e a necessidade de estar sempre em cima da netx big thing leva-nos, a todos nós, a sermos cada vez mais inventivos e originais nas abordagens que fazemos ao mercado e, em última análise, aos consumidores.
E sabemos também que este está cada vez mais exigente. A concorrência é feroz, as oportunidades também e o leque de opções disponíveis para um produto ou um serviço são cada vez maiores.
Vem tudo isto a propósito de (mais) um estudo, “Rethinking Paid, Earned and Owned – new rules for driving marketing performance”, que procurou conhecer o processo de decisão dos consumidores e o modo como a comunicação influencia as escolhas.
Neste ficamos a saber que a Internet é o meio que mais influencia as decisões de compra dos consumidores: 56% dos inquiridos num estudo internacional desenvolvido pela Initiative, empresa do grupo Interpublic, assegurou que o digital mudou a forma como fazem compras.
O estudo mostra igualmente que uma marca que não tenha presença online muito provavelmente será penalizada: 43% dos consumidores ouvidos disseram que a ausência de informação na Internet inviabiliza qualquer decisão de compra.
Sinais claros que não basta apenas estar online, é preciso também saber viver online. Com todas as suas muitas vantagens e inconvenientes, a Internet tornou o mercado global. Já não precisamos de ir a Nova Iorque para comprar o último gadget tecnológico: dois cliques e alguns dias de espera tornam esse sonho possível. Um sonho que pode, no entanto, revelar-se o pior dos pesadelos se as empresas descurarem a vertente online de qualquer negócio.



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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Despesismos na RTP

Já sabemos que a RTP vai ser reestruturada, seja lá o que isso possa significar. Normalmente, quando se fala em reestruturação de empresas do Estado, quer dizer uma de duas coisas: ou é para fechar ou para gastar mais dinheiro aos contribuintes. Como ninguém está a pensar fechar a RTP, calcula-se que se esteja a falar mais do segundo ponto do que do primeiro.
Ficámos também a saber que a RTPN, do universo do canal estatal vai mudar o seu nome para RTP Informação , o que, necessariamente, implica a alteração de logótipo e todo o material associado à RTPN. Mais despesa, portanto, embora seja supostamente assumido que a mudança de nome não tem relação com a reestruturação que o actual Governo quer fazer.
Mas já vivemos tempo suficiente para perceber que o que hoje é, amanhã pode não ser. Não me espantaria, por isso, que, quando o processo de reestruturação estiver concluído, algum iluminado se lembre do “histórico” que o “N” tinha neste canal e defendesse a necessidade de mudança da designação da futura RTP Informação para RTP Notícias. Seria assim tão surpreendente?




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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Diplomacia paralela

A ida de José Sócrates a Berlim e a Madrid, para ter encontros privados com Ângela Merkel e Zapatero, poucos dias antes do périplo europeu de Pedro Passos Coelho é grave. E é grave porque o ex-PM parece que ainda não se habitou ao facto que perdeu as eleições, já não manda no País e que há novos actores e decisores políticos, eleitos num acto transparente e democrático. Eu sei que todos estes conceitos de transparência e democracia deverão ser certamente algo estranhos a quem se habituou, durante seis longos anos, a achar que vivia numa quintinha onde vigorava o seu quero, posso e mando.
Os mais ingénuos podem até alegar que Sócrates foi rever velhos amigos – estava a escrever esta frase e a lembrar-me do vídeo no Youtube onde Sócrates discursa em inglês após uma cimeira europeia com os seus “amigos” a rirem do seu inglês técnico – e que estes encontros foram inócuos.
O problema é que em política, como se sabe, o que parece é. Sócrates não reviu velhos amigos, mas foi fazer diplomacia paralela, com Portugal a ser o tema dominante da agenda. E foi colocar pedras no caminho do Primeiro-Ministro e, mais importante que isso, fragilizar a posição de Portugal. Num País normal, teríamos já reacções, incluindo do próprio PS, a condenar esta atitude déspota e prepotente de alguém que, infelizmente, ainda não percebeu qual o seu lugar.

Contratar online

Um estudo da Career Enlightenment , empresa de orientação profissional especializada em Internet, refere que 9 em cada 10 empresas recorre a redes sociais para recrutar candidatos. Destes, cerca de 65% encontram o seu candidato através de plataformas como o Linkedin, Facebook e Twitter (por esta ordem).

Nunca é demais, por isso, dizer que a Comunicação 2.0 pode ser o maior amigo de quem procura novas oportunidades profissionais ou o seu maior pesadelo. Para o bem ou para o mal, a sociedade Big Brother está aí. Cabe a cada um de nós usufruí-la da melhor forma que soubermos e não cair na tentação de confundir gostos pessoais com objectivos profissionais.

Errar online pode acabar por sair muito caro.

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