quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Novo Blog

Foi criado o blogue "O atelier do FMF", onde coloco os trabalhos que faço em tela e em gesso. Visitem em http://atelierdofmf.blogspot.com/. A este continuarei a vir cá, limpar o pó de vezs em quando, quando o tempo permita e a inspiração também.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Uma história

As crianças queriam que a professora contasse uma história. Mas esta confessa que já não tem histórias para contar. "Óh, e agora, quem nos poderá ajudar?", perguntam os alunos desorientados. Aquele que quer ser o novo professor aparece e começa a contar a história, mais ou menos como todos a conhecemos. E as crianças ficam novamente felizes porque já tem professor até ao próximo ano lectivo…

O novo Governo


Este governo está cheio de ironias e piadas fáceis: três Santos (na Defesa, no Trabalho e nas Finanças) - e como se sabe, Santos da casa não fazem milagres...; um amado nos Estrangeiros; uma cunha na Presidência (no comment); um serrano na agric...ultura, um pássaro no Ambiente, um gago no ensino superior e um valente na secretaria de Estado da Presidência do Conselho... isto promete!!!

O País que temos...

O processo contra Fontão de Carvalho, ex-vice-Presidente da CML no tempo de Carmona Rodrigues, foi arquivado. Se pensarmos que a saída de Fontão e Gabriela Seara levaram à queda do Executivo camarário e à saída de Marques Mendes da liderança do PSD, tudo isto dá que pensar, não dá?

Santos Silva na Defesa Nacional



Estou aqui a pensar no forobodó que vai ser a Defesa Nacional nas mãos de Santos Silva. O ministro que gosta de malhar na direita e nos conservadores, que distribuiu propaganda contra a guerra do Ultramar, que apoiou Otelo, vai mesmo dar-se como peixe na água junto dos meios castrenses... e já estou a ver as reuniões de despacho com os ramos das FA... os militares devem ter mesmo amado a escolha...(Foto Cão Azul).

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Carmona

Leio no Público. pt que o antigo presidente da CML Carmona Rodrigues, anuncia hoje se é ou não candidato à presidência da Cãmara de Lisboa. Para lá do mau gosto da decisão - em Julho do ano passado, quando questionado tinha dito que não - que parece pirraça por Santana estar tão bem lançado, Carmona Rodrigues continua igual a si próprio: avança, não avança, decide, não decide.
No fundo, no fundo, o que aconteceu em Lisboa durante os 2 anos em que foi Presidente...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Faz-nos falta políticos que pensem assim...

... antes que seja tarde de mais...
Este é parte do discurso do 1º Ministro Australiano à comunidade Muçulmana. Aparentemente, o Primeiro-ministro John Howard chocou alguns muçulmanos australianos declarando que apoiava agências-espiães encarregadas de supervisionar as mesquitas da nação.
"OS IMIGRANTES NÃO-AUSTRALIANOS, DEVEM ADAPTAR-SE. É pegar ou largar!
Estou cansado de saber que esta nação se inquieta ao ofendermos certos indivíduos ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, assistimos a uma subida de patriotismo na maioria do Australianos.
A nossa cultura está desenvolvida desde há mais de dois séculos de lutas, de habilidade e de vitórias de milhões de homens e mulheres que procuraram a liberdade.
A nossa língua oficial é o Inglês; não é o Espanhol, o Libanês, o Árabe, o Chinês, o Japonês, ou qualquer outra língua. Por conseguinte, se desejam fazer parte da nossa sociedade, aprendam a nossa língua!
A maior parte do Australianos crê em Deus. Não se trata de uma obrigação cristã, de influência da direita ou pressão política, mas é um facto, porque homens e mulheres fundaram esta nação sobre princípios cristãos, e isso é ensinado oficialmente. É perfeitamente adequado afixá-lo sobre os muros das nossas escolas. Se Deus vos ofende, sugiro-vos então que encarem outra parte do mundo como o vosso país de acolhimento, porque Deus faz parte da nossa cultura.
Nós aceitaremos as vossas crenças sem fazer perguntas. Tudo o que vos pedimos é que aceitem as nossas e vivam em harmonia e em paz connosco.
ESTE É O NOSSO PAÍS, A NOSSA TERRA, E O NOSSO ESTILO DE VIDA.
E oferecemos-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto. Mas se vocês têm muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças cristãs, ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade australiana: O DIREITO de PARTIR.
Se não são felizes aqui, então partam. Não vos forçamos a vir para aqui. Vocês pediram para vir para cá. Então, aceitem o país que vos aceitou".

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Coligações e estratégias eleitorais

PSD e CDS/PP já vieram dizer que, num cenário de não existir uma mairia absoluta, deverá existir uma coligação à direita entre os dois partidos. E estão a radicalizar o dioscurso, no sentido do PS clarificar se está disposto a anunciar se se coliga com o PCP ou o BE (ou ambos).
Uma clarificação que é determinante para o eleitorado. Uma coisa é as pessoas saberem que poderão votar à direita sem "dramas" e a outra saber que votando na esquerda democrática se arriscam a ter ministros da extrema-esquerda.
Acredito que a luta política nesta matéria ainda vai aquecer...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Algumas ilacções da noite eleitoral e lições para o futuro

1º Acabou o mito da invencibilidade de Sócrates. Este PS foi derrotado uma vez e pode sê-lo novamente. A renovação da maioria absoluta é, aos dados de hoje, uma miragem.
2º O PSD regressou ao lugar efectivo de verdadeira alternativa a este Governo. Pode-se dizer o que se quiser, mas a alternância em Portugal, desde o 25/4, funciona entre estes dois partidos com algumas variações.
3 º Se estes fossem os resultados das legislativas, tínhamos um problema. Mesmo que o PSD se coligasse com o PP, não haveria maioria parlamentar, o que podia levar a uma queda antecipada do Governo.
4 º A extrema-esquerda em Portugal soma agora 20% dos votos, valor que considero real, uma vez que, tendencialmente, a esquerda, ao contrário da direita e do centro, não é abstencionista.
5º O CDS/PP, ao contrário dos maiores profetas da desgraça, manteve-se à tona e pode vir a tornar-se incontornável, se o PS ganhar as eleições e não se quiser coligar à esquerda ou se o PSD ganhar em minoria e necessite do CDS.
6 º A manter-se o actual status quo, há uma tendência de queda do PS (que Sócrates não soube ou não quis reconhecer ontem), mas que ainda não se traduz numa subida significativa do PSD, uma vez que o eleitorado fiel dos sociais-democratas anda sempre na ordem dos 30%.
7º Nos próximos meses iremos certamente assistir a uma tentativa de popularizar o Governo (medidas simpáticas que, aparentemente, possam atenuar os efeitos da crise...), ao mesmo tempo que, à esquerda e direita do PS, os partidos vão tentar cavalgar esta onde de descontentamento que ontem ultrapassou o cenário das sondagens e tornou-se aos olhos dos Portugueses real.

A primeira vitória do PSD de 2009

Algumas perguntas...
O PS perdeu claramente as eleições europeias. Os resultados mostraram que a maioria do eleitorado que votou - cerca de 62% dos eleitores optaram por não ir às urnas - optou pelo PSD (31,7% contra 26,6%).
A esquerda continua maioritaria (PCP e BE tiveram 10,7% cada um) e o CDS/PP 8,4%Para lá das sondagens - há uma da SIC que mostra que se as eleições europeias fossem hoje, o PS ganhava com quase 40% dos votos - e da abstenção, estas eleições europeias podem ser consideradas como a primeira volta das legislativas?
Dito de outra forma, como é que o País político irá reagir nos próximos meses? Haverá remodelação do Executivo? Tem o Governo legitimidade para avançar com as grandes obras públicas? Estará o PSD em condições de ter uma dinâmica de vitória? Como irá reagir o eleitorado de esquerda e de direita?

Ainda o voto

Todos temos uma palavra a dizer na democracia que, lembro, não está ganha, garantida e deve ser construída todos os dias. E enganam-se os que pensam que, lá por estarmos na UE estamos safos de uma ditadura. A URSS e o muro de Berlim também não caia nunca, lembram-se?
A meu ver, só combates a abstenção de uma daquelas formas, nenhuma delas a perfeita. Tudo o resto, são processos de intenções que se arrastam desde que há eleições livres em Portugal...
Volto a dizer. Não podemos ser treinadores de bancada, dizer que está tudo mal, que "eles" são uns malandros e, quando nos pedem opinião, ficamos em casa para não sustentar "aquela corja". Isso, para mim, foi chão que deu uvas...
Todos temos responsabilidades e todos temos que as assumir. Podemos ser abstencionistas, claro que sim. Mas serve para quê, mesmo?

O voto e a abstenção

1º Desde que tenho direito de voto nunca faltei a nenhuma eleição. E sim, é verdade, também já votei em branco quando não me identifiquei com nenhum dos candidatos e das suas propostas. Hoje acho que esta é uma arma pífia!
2 º Acho que a não ida às secções de voto é um direito que assiste a qualquer pessoa, mas acima de tudo, considero uma enorme falta de respeito e uma falha de carácter e de cidadania. Falta de respeito porque ainda não há muito tempo, o voto não era universal e, entre os que podiam votar, havia mesmo algumas "chapeladas". Mais: muita gente lutou para que esse direito fosse consagrado. Por uma questão de respeito, até a essas pessoas, o votar deve ser uma questão de honra de qualquer pessoa de bem. O que me leva a um novo ponto.
3 º Em democracia as eleições são livres e justas. E por um se ganha e por um se perde. E como podemos nós dizer que "eles" são sempre os mesmos, se não fazemos duas coisas básicas: votar para mandar os que estão embora (sejam quem forem) e envolvermo-nos politicamente? Não é preciso ir logo para a Assembleia da República. As Juntas de Freguesia, as Assembleias de Freguesia, as Autarquias, os partidos, os movimentos cívicos, até, precisam de pessoas com valor e com ideias que saibam lutar e defender o que acreditam, e as mudanças que acreditam. Pode demorar o seu tempo, mas a nossa voz é ouvida. Como treinadores de bancada, desculpem, mas as opiniões são válidas, mas não servem para nada...
4º Dito isto, acho que o problema da abstenção se resolve de duas formas distintas, talvez contrárias com o que acima escrevi. Ou pela obrigatoriedade de votar, com multas pesadas para os prevaricadores. Ou, voltamos ao início, com o direito de voto a ser entregue a quem de facto o mereça e saiba o que vai fazer quando se "esconde" na mesa de voto. Como fazê-lo? Avaliação dos potenciais votantes através de um teste de cidadania, por exemplo.
5 º O Voto em branco pode ser uma forma de protesto, mas aqui em Portugal não funciona. Para já porque tenho sérias dúvidas que existam 50% dos votos mais um brancos que invalidem as eleições. Depois porque não funciona a lógica de, por exemplo, nas eleições legislativas, os lugares de deputados "brancos" ficarem vazios. Mesmo que seja 20% dos votos, os partidos mais fieis e talvez mais frágeis eleitoralmente agradecem terem aumentado as suas possibilidades de ter um maior grupo parlamentar.
6º Dito isto, acho trágico existirem os níveis de abstenção crescentes. Mas considero que para lá do desinteresse do cidadão na política e nos políticos, para lá da fraca qualidade da maioria de quem nos governa, acho que, também nós temos algumas culpas no cartório... Não basta apenas achar que o caminho tem apenas um sentido.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A campanha

Ok, vamos dar o desconto que a campanha eleitoral para as europeias está formalmente na estrada há poucos dias e que o ambiente do País ainda não aqueceu ao nível político. Só dessa forma se explica o magistral bocejo que têm sido as várias reportagens dos candidatos. Senão vejamos:
Ontem as Tv´s filmaram Vital Moreira a fazer festas a um cão; Ilda Figueiredo a falar a umas mulheres à porta de uma loja, a dizer que a CDU defende o direito das mulheres que trabalham (how predictable can you be???); o Bloco, nem fixei, tão maçador que era. O CDS usou a mais-valia(?) de Portas (Nuno Melo ainda não é conhecido) e Paulo Rangel continua em salas pequenas, ambientes fechados, quando o seu ambiente natural deveria ser a rua. (E por falar nisso, arrangem, por misericórdia, uns slogans aos rapazes: "ninguém para o Rangel ooéeooo" não lembra ao careca...)
Esperemos que a tendência da campanha seja a de subir...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A fúria nacionalizadora

Analisando as últimas decisões económicas deste Governo, quase que se poderia imaginar um regresso a 75. Nacionaliza-se o BPN, “salva-se” (na aparência) o BPP e intervêm-se em todos os sectores onde este Executivo sente que, das duas uma: ou pode ganhar um voto ou pode controlar um sector estratégico para o futuro.

A questão da COSEC é mais uma asneira na longa lista. Todos os dias são anunciados milhões para isto e para aquilo, mas o desemprego não cessa de aumentar e, confesso, já não sei onde o Estado vai buscar tantos euros.

Pessoalmente, acho que estão à toa. Não sabem como lidar com esta crise – este PS cresceu e habituou-se ao fartar vilanagem dos tempos de Guterres e já não se lembra do FMI – e estão, literalmente, às apalpadelas e a ver se a crise passa por osmose.

A nacionalização da COSEC, a ir para a frente, é mais um graffiti a juntar no enorme muro das asneiras que cobre Portugal desde 2005. Uma vez mais, este Governo opta por passar um sinal político a um sector que, já de si e por norma, gosta de se encostar na enorme almofada aconchegada do Estado.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A realeza já não é o que era...

...e os comunistas também não. Então Pedro Namora rompe com o PCP e candidata-se à Câmara de Setúbal pelo PPM? E no meio continua a dizer que é comunista? E o PPM aceita, dizendo que o PPM é um partido comunialista (supondo eu que não seja uma mistura entre comunista e colonialista...)

Lá vamos, alegre e rindo...

Manuel Alegre diz que vai convocar o seu grupelho para analisar se fica ou sai das listas de deputados do PS à AR, o que, se acontecesse, implicava (digo eu), por uma lógica de coerência, uma saída da militância no PS. Claro está que tudo isto é fogo fatuo e que, no final, Alegre vai dizer que ponderou muito mas não se sente capaz de cortar esse cordão umbilical e que até está disponível, se Sócrates quiser, a integrar a lista de deputados do PS. Vai uma aposta??

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Igreja e o preservativo

José António Saraiva, no Sol, toca com o dedo na ferida.

«(...)O PROBLEMA de muitas opiniões que se exprimem sobre a Igreja Católica – e sobre o Papa, como seu máximo representante – é que algumas pessoas que não são católicas nem sequer cristãs queriam que o Papa dissesse o que elas pensam. No fundo, para essas pessoas, a Igreja deveria abdicar da sua doutrina e das suas convicções – para defender as posições dos não-católicos, daqueles que professam outras ideologias ou partilham outras ideias. Ora isto é obviamente um absurdo.

À Igreja compete defender as suas posições e a sua doutrina – e não as dos seus inimigos. E não pode transigir constantemente, sob o risco de se descaracterizar. Não pode seguir a moda. Não pode estar sempre de acordo com o ar do tempo. Por vezes, o seu papel é mesmo o contrário: é combater as ideias em voga.

E NISTO a Igreja distingue-se claramente do Estado. O Estado – os vários Estados nacionais – tem muitas vezes de se adaptar às circunstâncias, de transigir, de pôr em prática políticas duvidosas do ponto de vista dos princípios.

É o caso do aborto, da distribuição de seringas ou das salas de chuto. Ninguém pode dizer que abortar é bom; ou que é bom as pessoas drogarem-se. Os Governos fazem estas concessões em nome do pragmatismo. Embora discordando naturalmente do aborto ou do consumo de drogas, acham que, não conseguindo evitá-los, é preferível criar condições para que se façam da melhor forma possível. É aquilo a que tenho chamado as ‘políticas de capitulação’. Ou seja, a abdicação dos princípios em nome do ‘mal menor’.

ORA é evidente que a Igreja não pode seguir este caminho. Não pode enveredar pelo caminho do pragmatismo sem princípios. Não pode dizer: façam abortos com segurança, ou droguem-se com segurança. A Igreja tem de dizer: não façam abortos, não se droguem.

E o mesmo vale para os preservativos. A Igreja não pode dizer: tenham relações sexuais à vontade, mas façam-no com preservativo para não contraírem doenças. A Igreja tem de dizer: a relação sexual deve ser responsável, deve ter lugar no casamento, a promiscuidade sexual é má – e, por isso, tudo o que facilite essa promiscuidade é condenável.

A Igreja Católica não pode abandonar esta trincheira. Se o fizesse, se começasse a recuar na doutrina, arriscava-se qualquer dia a não ter razão de existir.

AQUELES que atacam o Papa tentando menorizá-lo, como se estivessem num plano superior, não percebem o ridículo em que caem. O Papa – nenhum Papa – diz o que diz por desconhecimento da realidade ou por descuido. Ou, ainda menos, por maldade ou indiferença perante os dramas humanos. Poucas organizações como a Igreja são tão sábias, têm tanta experiência acumulada.

A Igreja não diz o que diz por ignorância ou por lapso – mas porque lhe compete defender uma doutrina. Uma doutrina que não é de hoje nem de ontem, que tem dois mil anos, e que os católicos pretendem que dure para sempre.

E NÃO DEIXA de ser verdade que a sida, como outras doenças que têm flagelado a Humanidade, só pode combater-se com uma mudança de hábitos, com uma mudança de práticas, com alterações culturais. Com uma reforma de mentalidades. Com uma atitude mais responsável em relação à vida, menos hedonista, em que o prazer e o dever se articulem de uma forma mais equilibrada.

Não é preciso ter relações sexuais só para procriar; mas também não é preciso comportarmo-nos como animais, deixando que o instinto prevaleça sobre todos os outros valores.

O preservativo pode ser hoje um paliativo, uma solução de recurso – mas não é ‘a solução’. A Humanidade não o pode ver como a solução para a sida. Ora, ao falar do preservativo como fala, a Igreja chama a atenção para isso: recusa-se a aceitar a promiscuidade e o facilitismo, põe a tónica nos valores e na responsabilidade do ser humano.

Só não percebe isto quem não quer.

OS COMUNISTAS gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Os socialistas gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Os libertários gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Mas o que a Igreja tem de defender é a sua doutrina – e não as ideias dos outros. Se não constituísse uma voz diferente, para que serviria a Igreja? Se não fosse um contraponto, um referencial de certos valores e princípios, para que serviria a Igreja?

E se a doutrina da Igreja é contra a promiscuidade sexual, se é favorável a outro conceito de relação sexual associada ao amor e à fidelidade, não pode defender o preservativo ou as seringas – que têm que ver com outras práticas e com outra visão do mundo e das relações humanas.

A Igreja não pode dizer: usem o preservativo, porque essa é a forma de poderem ter relações sexuais sem risco. Como não pode dizer: usem seringas novas, porque essa é a forma de poderem injectar-se sem se infectarem.

OS ESTADOS, os Governos, aos quais compete gerir o quotidiano, podem defender tapa-buracos, soluções transitórias, de recurso. Mas esse não pode ser o papel da Igreja. A Igreja tem de olhar para mais longe. Tem de defender e preservar uma doutrina assente em ideais e comportamentos que não valem só para hoje ou para ontem. Ideais e comportamentos que não podem mudar, como as leis, ao sabor das circunstâncias.

quarta-feira, 11 de março de 2009

11 de Março

Hoje é 11 de Março, aquele dia que os PC´s em particular e a esquerda em geral recordam com alguma nostalgia. Para as pessoas de direita, podia ter sido o fim: afinal, em 1975 e em apenas 8 meses, a esquerda conseguiu dar cabo disto...

Ironias desportivas

A grande ironia desportiva de ontem é ver que, quase 23 anos depois, o SCP volta a ter um 7 a 1 para recordar...

sábado, 7 de março de 2009

Magalhães dá erro

A notícia de que o Magalhães dá erro seria risível se não fosse sério. O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos disse, numa citação mais ou menos livre que não é por o programa ter erros que se diminui a utilidade do computador. No fundo, é (quase) como este Governo. Dá erros, às vezes diverte, mas infelizmente está cada vez mais longe de ser útil.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A falta de fair play

Santos Silva, o irrepetível Ministro dos Assuntos Parlamentares, quer que a RTP lhe apresente um pedido de desculpas porque o Canal Estatal usou, na promoção à sua entrevista, a frase "Malhar na direita". Não deixa de ser irónico que Santos Silva, membro do Partido e do Governo que mais têm tentado controlar a Comunicação Social, esteja agora preocupado com declarações feitas pelo próprio no calor de uma reunião partidária. Haja pachorra!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Na mouche

Com a devida vénia ao DN,

A CABALA EXPLICADA ÀS CRIANCINHAS

João Miguel Tavares

Ah, como eu teria ficado mais feliz se José Sócrates, em vez de clamar contra os "poderes ocultos", tivesse dito que desocultava as suas contas bancárias. Era tão fácil. Estou a imaginá-lo a aproximar-se do microfone, na sua última conferência de imprensa, e em vez de falar em "insídias" e "ignomínias", dizer simplesmente: "Portugueses, nada tenho a esconder. Abdico voluntariamente do meu sigilo bancário. As minhas contas estão à disposição da Polícia Judiciária e do Ministério Público." Era tão fácil, não era?
Mas não. Sócrates preferiu deitar mão ao velho discurso da cabala, como se fosse um treinador de futebol no rescaldo de um jogo com arbitragem desfavorável. E não contente, despachou para as televisões os ministros que por ele nutrem a mais platónica das paixões, para sessões de gritinhos histéricos em directo, perorando enviesadamente sobre a ZPE e fazendo os portugueses passar por parvos, como se não existissem dúvidas inteiramente legítimas neste caso. Augusto Santos Silva e Pedro Silva Pereira não são o Bobby e o Tareco de José Sócrates. São dois ministros do Estado português. Convinha que se comportassem como tal.
Só que, infelizmente, no meio desta triste história, não há uma alminha sobre a qual possamos dizer "ora aqui está, este pelo menos agiu bem". De uma ponta à outra, a imoralidade atravessa todas as instituições que deviam sustentar o Estado em que vivemos. A reacção de Sócrates foi inaceitável. O comunicado da Procuradoria foi inacreditável, e mais parecia ter sido escrito por um assessor do primeiro-ministro no intervalo de um Portugal-Inglaterra, conseguindo o prodígio de ser desmentido pelas notícias do dia seguinte. E o que dizer da entrevista da procuradora Cândida Almeida, onde ela quebrou mais do que uma vez o segredo de justiça (por exemplo, na história do suspeito que não é muito suspeito mas apenas um bocadinho suspeito), ao mesmo tempo que informava ir abrir um inquérito sobre quebras do segredo de justiça? Seria hilariante, se não fosse tão triste.
Alguém, por amor de Deus, que tome a iniciativa de repensar o sistema de justiça de cima a baixo, que isto está a tomar dimensões insustentáveis. O que se passou está à vista de todos: após as chatices de 2004, a investigação entrou alegremente em banho-maria até os ingleses virem melgar com aquela carta rogatória, que colocou a polícia e o Ministério Público em cheque. Vai daí, aplicou-se uma velha técnica: isto é muito aborrecido de tratar, o mais provável é não haver provas suficientes para incriminar, porque é que não deixamos a comunicação social tratar disso? Assim foi. E assim vai continuar a ser. Até o País bater no fundo.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Freeport

No caso Freeport, pelo que se perceberá, estamos cada vez mais nas mãos do bom senso que o PR tenha sobre a matéria. Resta saber o que o PM irá dizer esta tarde sobre a matéria...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um pequeno milagre

Americana deu à luz oito bebés vivos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Na mouche

Com a devida vénia ao DN

O APELO À MAIORIA ABSOLUTA, Pedro Lomba
«No espaço duma semana, dois antigos presidentes da República, Mário Soares e Jorge Sampaio, alertaram publicamente para o risco sério de a crise poder tornar Portugal "ingovernável". Por causa disso, Soares recomenda que uma nova maioria absoluta para o PS pode ser a solução. E Sampaio, sem se comprometer tanto, não deixa de dizer que "o problema de governabilidade, oculto pela existência de uma maioria absoluta, pode irromper nos próximos tempos de forma dramática". Não é abusivo concluir que, tal como Soares, Sampaio prefere que a maioria absoluta do PS se mantenha.
Nenhum desses avisos vem por acaso. O facto é que o principal interessado neste discurso, o Governo, já entrou em campanha eleitoral para revalidar a maioria absoluta. Como desta vez não há o caos de 2004 nem o efeito Santana Lopes, o PS precisa de diversificar as suas fontes de inspiração. Sócrates pode assumir a paternidade de medidas externas como a descida dos juros, que ninguém o questiona. Mário Lino quer detalhes completos sobre que inaugurações andam por aí a ser celebradas para o Governo não perder oportunidades. E o Conselho de Ministros aprovou patrioticamente a mais recente oferta às construtoras civis de permitir ajustes directos, um procedimento excepcional e sempre melindroso, para empreitadas com o valor anódino de 5,150 milhões de euros. São assim os governos com maioria absoluta.
O pressuposto de que a nossa governabilidade depende da existência de maiorias absolutas obedece a uma certa lógica histórica. Quando no final da década de 80 Cavaco Silva insistia na maioria absoluta como condição de governabilidade, estava a falar para um País anormal onde os governos não conseguiam terminar uma legislatura. Mas as nossas circunstâncias mudaram. Hoje, o discurso da governabilidade como fundamento duma maioria absoluta não pode repetir o velho diapasão da estabilidade, porque a questão da governabilidade do País não pode ser reduzida à simples estabilidade institucional.
O que tanto Soares como Sampaio não disseram com clareza é que, como estes últimos anos demonstraram, uma maioria absoluta pode ser suficiente para gerar estabilidade institucional, mas insuficiente para trazer estabilidade política. A estabilidade política precisa de mais do que um Governo com a liberdade para aprovar leis no Parlamento e o poder para se defender das oposições. Fazer de Portugal um sítio governável implica actuar sobre as causas que há dez anos nos impedem de crescer e sair da estagnação. Que valor pode ter um Governo de maioria absoluta, do PS ou do PSD, que se mostra incapaz de afrontar os problemas essenciais do País e de abrir perspectivas? A estabilidade depende dessa coragem e não das maiorias absolutas.»

Os filhos e os enteados


Conta o Diário de Notícias, na sua edição de hoje, que alguns ex-alunos do Colégio Militar estão possessos com o uso que foi dado à instituição e aos petizes, que foram cantar as Janeiras a São Bento.

Concordo com a indignação, até porque, como o jornal lembra, e bem, os meninos da Luz foram impedidos de participar numa inciativa de homenagem ao Rei D. Carlos tendo por base um despacho do Ministro da Defesa Nacional no qual se evoca que o Colégio Militar não poderia participar em acções de carácter político.

Claro está que tudo isto foi esquecido, com o cantar das Janeiras a São Bento. E bem lembrado por quem de direito.

Sejamos francos. Não que esta questão seja propriamente dramática. Longe disso. Mas serve de exemplo de como este Governo usa e abusa a seu bel-prazer das regras e das leis para sua própria conveniência. Estamos entregues à bicharada!

Piscar o olho à esquerda

Infelizmente, parece que José Sócrates parece saber mais de política a dormir do que toda a alegada oposição interna do PS acordada. A escolha do tema da Saúde para o debate quinzenal é a prova viva disso e serviu para mostrar que Ana Jorge está assumidamente uma alegrista convertida aos dotes do socratismo.
E os socialistas corresponderam ao que se esperava. O debate correu manifestamente bem a Sócrates e serviu, principalmente, para o PM perceber em que pé é que está o estado da oposição socialista.
Claro está pelo que se viu e pelo que ainda se irá ver, o PM poderá dormir descansado. O élan do poder faz milagres e cimenta relações e o debate ideológico no PS ficará para outras calendas. Passe a ironia, o Congresso que se avizinha será uma alegre passeata para Sócrates.

Uma nova esperança


À conta do meu amigo António Pinheiro Torres fui ouvir o Pedro Passos Coelho no outro dia num encontro semi-privado com militantes/simpatizantes do PSD. Confesso que gostei. Ainda não tinha tido oportunidade de estar face a face com Passos Coelho e o grupo de pessoas envolvidas neste semi-debate permitiu explorar novas ideias, debater o actual momento do País e do Partido.


Sem querer entrar em grandes detalhes relativamente ao que foi falado, até porque a ideia destes econtros é a do debate interno - ou seja, que não transpareça cá para fora o que foi falado lá dentro - devo dizer que saí muito animado. Pedro Passos Coelho é pragmático, tem ideias concretas sobre o País e o status quo actual da direita e dos Partidos em Portugal. E parece-me ser uma pessoa de muito bom senso, o que, infelizmente, parece que é o que tem faltado muito no PSD nos últimos tempos.


Acima de tudo, dá a ideia que está muito bem aconselhado e que tem já uma equipa montada.


Passos Coelho pode ter perdido a luta pela liderança. Mas está a ganhar um capital de esperança que, leve o tempo que levar, pode dar os seus frutos no futuro. Oxalá consiga.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Num País normal


Num País normal, a ideia de Manuela Ferreira Leite de debater com o PM propostas e soluções para a crise que se vive em Portugal seria bem-vinda. Para o Governo, para o País e para os Partidos.


Infelizmente não estamos num País normal e a pequena política volta a sobrepor-se aos valores reais e da Nação. Compreendem-se os receios de Sócrates. Ferreira Leite é Economista de formação e podia dominar o debate e colocar a nu algumas propostas que o Governo tem para combate à crise (vide a proposta esgotada de mais obras públicas).


Ao não responder ao repto do PSD - e ao adoptar a táctica do achincalhamento ao lembrar que Ferreira Leite não é deputada no Parlamento - o Governo tenta menorizar a posição social-democrata.


Mas, a meu ver, sai o tiro pela culatatra. Ninguém gosta de sentir sobranceria e arrogância. E Sócrates, que pelo que se viu na entrevista da SIC até está bem preparado em várias matérias, poderia, nesse(s) debate(s) arrumar com o mito Ferreira Leite. Ao recusar o debate, o PM acabou por valorizar mais a posição do PSD e da actual Direcção Nacional.


Quem haveria de dizer que, neste momento, o seguro de vida da líder social-democrata acabria por ser o Governo?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Chegámos à igualdade de género nas Forças Armadas

A partir de 2010, o Dia da Defesa Nacional passa a ser obrigatório para as raparigas...

Para reflectir...

(com a devida vénia ao DN)

UM NOVO PRESIDENCIALISMO?
Maria José Nogueira Pinto Jurista

Começamos o ano com apenas duas peças no tabuleiro de xadrez: Cavaco Silva e José Sócrates. Em confronto, aliás nada inocente, provocado após premeditação pelo primeiro-ministro que, como então já se percebia, quis estabelecer pela ruptura um antes e um depois nas relações entre ambos. Porque Cavaco, no penoso esvaziamento da direita partidária, corre o risco de corporizar, mesmo à sua revelia, a única oposição eficaz ao Governo; pode fazê-lo após dois anos de mandato em que, ao contrário do que muitos auguravam, se assumiu como Presidente sem tiques de ex-primeiro-ministro; porque construiu uma agenda própria e quando se esperava que no discurso de posse falasse de economia e de finanças, falou de exclusão; porque foi apontando certeira e oportunamente as verdadeiras questões: a desigualdade na distribuição dos rendimentos, a emergência da nova pobreza, as excessivas remunerações dos gestores públicos e privados, o risco de um mau sistema judicial, os perigos da corrupção.
Não adianta o Governo querer circunscrever a questão dos Açores ao Parlamento, ou mesmo a Lei do Divórcio, pois já vimos que Sócrates ainda manda calar a quase totalidade da bancada do PS quando algum agendamento se mostra inoportuno. Foi, sim, uma tentativa de fragilizar o Presidente, agora instituído em adversário, antes do grande ano eleitoral em que Sócrates apela a uma maioria absoluta por falta de comparência dos seus naturais adversários à direita. De facto, o que é que lhe faz frente? Não certamente uma crise global que pôde sacudir do seu capote, o medo generalizado que é a arma preferida da manipulação, o País olhos postos no Governo, único órgão executivo, a possibilidade de fazer pacotes de medidas que, pelo seu efeito calmante, prescindem de análises mais profundas em nome da estabilidade e confiança, o álibi para dar a estes e não àqueles, para acudir aqui e não acolá, para distribuir subsídios como balões de oxigénio, sem que se percebam os critérios. E, sobretudo, a impossibilidade de ser avaliado pelo que não fez ou fez mal, porque esta crise de costas realmente largas tornou impossível qualquer análise crítica da carta de navegação que, qual orgulhoso timoneiro, nos descrevia como uma verdade absoluta, no Parlamento e na televisão.
Um Sócrates bem diferente daquele que, há três anos, mostrou energia e iniciativa para iniciar um processo reformista - de que outros, com mais obrigações, se escusaram - movido pelo desígnio, um pouco cândido, de modernizar Portugal, combater o défice e dar a cada criança um computador. Era simpático, esse Sócrates... Até ao dia em que marcou outro antes e depois com uma remodelação-relâmpago e de mau presságio, ficou preso entre o seu autoritarismo e o medo da rua, avançou e recuou, pareceu perder o norte e, agora, é apenas um primeiro-ministro candidato a primeiro-ministro.
Mas o que realmente interessa nesta volta da política portuguesa é o facto de um lado termos um vendedor de facilidades e irrealismos e do outro um Presidente que pode continuar a pôr o dedo nas feridas, certo que só as curaremos se as virmos bem. Cavaco só pôs a nu a ameaça de derrota do sistema pelo próprio sistema. Uma derrota moral fruto da decadência em que progressivamente nos fomos instalando: o Estado, os partidos, as instituições, a economia, os corpos intermédios, as famílias, os cidadãos. Uns pecando por acção, outros por omissão, quase todos criticando mas fechando os olhos e estendendo a mão, consentindo na priorização do efémero, do acessório, do imediato, do que parece mas não é, da transformação da política num jogo egoísta e infantil. Talvez nos fizesse bem um regime presidencialista...