sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Percepções e realidade

Em Ponte de Lima, José Sócrates distribuiu a nova coqueluche do Governo: o Magalhães. Até aqui tudo normal. Ou quase. Parece que os computadores foram só enviados para a fotografia. Finda a cerimónia, com os petizes felizes e contentes e o PM a fazer a habitual acção de propaganda, os portáteis foram recolhidos e encaixotados. E, digo eu, enviados para uma outra escola no País profundo, onde um qualquer (ir)responsável desta maioria que nos governa irá proximamente fazer o mesmo número. Ou algo semelhante.

Sinceramente, não percebo. A impunidade com que este Executivo, na sua suprema lata nos governa, deveria tirar uma pessoa do sério. E já nem sequer falo de alguns critérios duvidosos, dignos de um qualquer ditadorzinho terceiro mundista, com que temos sido brindados ao longo destes últimos anos.

Vejamos o que se passa aqui em Cascais. Estivemos anos (repito: anos) à espera que Suas Excelências se dignassem a iniciar as obras no Hospital; quiseram tirar-nos a Oncologia; construímos e entregámos os novos Centros de Saúde, que também estiveram que tempos para abrir. E no meio de tudo isto, entre medos de protagonismo da Junta de Turismo da Costa do Estoril e amiguismos vários, criam uma lei à medida das suas ambições e forçam a extinção deste organismo quase centenário.

Pelo meio, dizem à boca cheia que as Câmaras Municipais são caloteiras e não pagam a este mundo e ao outro. Mas esquecem-se que, em Cascais, são 13 milhões de euros que deviam estar deste lado e, inexplicavelmente, estão nas mãos do Governo.

Seria patético, se não fosse para levar a sério.

Infelizmente, a diferença entre a percepção que o Governo tem e a realidade com que nos brinda é cada vez mais gritante.

(Artigo de opinião publicado no Jornal + Cascais de 21 de Novembro)