quarta-feira, 27 de julho de 2011

Nostalgias…




Recordo-me com imensa saudade dos tempos em que ir comprar as BD´s da Marvel era um momento quase solene. Porque as novidades editoriais vinham do Brasil, às vezes com meses de atraso, era uma aventura aguardar pelo dia de chegada do último número do Homem Aranha, Capitão América, e de tantos super-heróis que povoavam o imaginário de qualquer adolescente.

A ansiedade, por vezes, era proporcional à angústia. Não havia Internet, as histórias tinham continuação e a maior desilusão era quando descobríamos que a revista X tinha sido descontinuada.

Mas o que existia permitia-nos sonhar. Às vezes as histórias irritavam. Bastava ler, em português do Brasil, que o Capitão América estava a lutar contra os “nazistas” (sic) para que sentíssemos que algo não estava bem. No global, eram momentos bestiais, que nos permitiram descobrir heróis como os X-Men, o Motoqueiro Fantasma, entre tantos outros.

Hoje, parte da magia perdeu-se. Claro que temos a BD Mania que nos permite ir mantendo o sonho e a FNAC também. Mas o crime de lesa-pátria para qualquer purista é o fim (sempre) anunciado do papel. Conta a Wired que as grandes editoras estão a apostar nas versões para iPad e, diz quem já experimentou, que até se lê muito bem.

Confesso que serei sempre céptico. Adquirir um iPad está nos planos próximos e, muito provavelmente, até irei subscrever as mais recentes novidades da Marvel e da DC Comics para o tablet. Mas nada substitui a sensação de entrar numa casa da especialidade e perdermo-nos com as mais recentes novidades ou (re)descobrir aquela história que lemos quando éramos francamente mais novos e houve alguma editora que teve a amabilidade de reeditar.

Uma última nota: ao que parece, a BD continua a vender, e bem. Não é por acaso que a indústria cinematográfica tem, ciclicamente apostado em heróis BD – Batman, Hulk, Homem-Aranha, Super-Homem, Surfista Prateado, Quarteto Fantástico, Thor. E, aguarda-se agora com ansiedade a estreia em Portugal do Capitão América . Parece que nos EUA as coisas não correram muito bem para o Harry Potter, que foi destronado na estreia pelo soldado que foi criado para combater os nazistas, desculpem, os nazis…