segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A solidão do CDS


Luís Nobre Guedes não conseguiu ser eleito para o próximo congresso do CDS/PP por dois votos. Assim sendo, a moção que ia apresentar não será discutida.

A meu ver, é pena. Não porque entenda que Nobre Guedes terá toda a razão do seu lado. Ou parte dela, for the sake of argument.

A única vantagem que eu veria nesta discussão é que, um partido que está na oposição e que tem ambições de ser Poder deve, enquanto oposição, dar-se ao luxo de discutir tudo, para encontrar as melhores formas e vias que o levem a atingir o objectivo que se propõe.

Posso estar enganado, mas Nobre Guedes era isso que pretendia, porque a liderança de Paulo Portas não está (ou estava) em causa.

Ao fecharem-se sobre si mesmos, discutindo apenas aquilo que o líder entende ser o caminho - e Portas já mostrou, melhor do que ninguém que, mesmo nos piores momentos, ele é o motor do CDS - os populares poderão cair num erro que lhes pode sair caro.

Por dois motivos: se o CDS descer em termos eleitorais, haverá certamente muitos dos que neste momento apoiam Portas que o quererão apear porque não foram eleitos na exígua lista de deputados prováveis que o CDS deverá obter.

Se inversamente, a coisa correr bem, Portas acabará por servir de muleta a um PS que não obteve a maioria (num Governo?) ou a um PSD que por milagre ganhou as eleições. E, em qualquer um destes cenários, não foi para isso que os eleitores do CDS votaram no partido.