segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Novos rumos para as Forças Armadas




A TSF conta que a Força Aérea poderá assumir em 2012 o combate aéreo aos incêndios. A confirmar-se, esta é uma boa notícia que peca por tardia e por insuficiência. Explico.

Desde que os militares regressaram aos quartéis, com o fim da tutela do MFA sobre os partidos políticos, todos os Governos, sem excepção, tudo têm feito para desmantelar as Forças Armadas (FA). Remeteram-nos aos quartéis, retiraram-lhes meios, acabaram com o SMO e, mesmo as compras de equipamento militar efectuadas nos últimos anos, são meros paliativos para uma estrutura que não tinha, praticamente, actualização de meios desde a guerra do Ultramar.

E desde há alguns anos para cá, o Governo e as organizações internacionais de que Portugal faz parte, deixam os nossos militares brincar as guerrinhas, desde que seja com conta peso e medida. Alguns homens colocados no Afeganistão, um C-130 para a Bósnia, alguns supostos conselheiros para África e pouco mais do que isso, apenas para calar as hostes e tentar mostrar, lá fora, que Portugal é um parceiro empenhado.

No meio de tudo isto, qual será o estado de espírito das FA?

Prestaram juramento para servir o País, mas Portugal não os quer. A maioria dos políticos não vê com bons olhos as FA e, tirando algumas excepções dos últimos anos (Paulo Portas é uma delas), os políticos tudo fizeram para colocar as FA a um canto e, se possível, esquecer que “eles” andavam por ali. Sabem que as Revoluções não se fazem sem meios e as Chaimite hoje são óptimas para as fotografias nostálgicas de uma certa esquerda caviar.

Acresce ainda que a população em geral não percebe a importância dos militares. Para o comum dos mortais, Exército, Marinha e Força Aérea são uns senhores gordos e bem alimentados, que fazem pouco, gastam muito e têm benefícios (casas de férias exclusivas, alojamentos privilegiados, boa comida, etc.) e que deviam era trabalhar. Para dizer algo que todos percebam, em termos de rácio, acredito que estão na base da cadeia de desprezo, junto com os fiscais da EMEL e os srs. das Finanças…

A ideia de colocar as FA no combate aos incêndios é, por isso uma boa notícia. Acaba com a pouca vergonha do aluguer de meios aéreos a empresas privadas de amiguinhos, torna a Força Aérea relevante e, aos olhos da população, útil. Resta agora colocar o Exército a limpar e vigiar as matas e a Marinha a fazer o mesmo nas praias. Não será muito difícil certamente e seria um começo de algo muito bom não acham?